Philip Kotler, reconhecido como o "pai do marketing moderno", desempenhou um papel fundamental na construção do que entendemos hoje por marketing estratégico. Ao longo de sua carreira, Kotler revolucionou a forma como as empresas se relacionam com seus consumidores, moldando o marketing como uma disciplina que vai além da simples troca comercial. Seu trabalho influenciou não apenas os profissionais da área, mas também gerou reflexões profundas sobre o papel das marcas na sociedade.
À medida que o marketing evolui, novas demandas surgem, e o campo se adapta aos tempos. Hoje, vemos uma ênfase crescente no marketing humanizado e responsável, que coloca a ética, a empatia e a responsabilidade social no centro das estratégias de marca. Embora essas sejam questões emergentes no cenário atual, muitos dos princípios que sustentam o marketing humanizado já estavam presentes no trabalho visionário de Kotler.
Desde os primeiros trabalhos de Kotler, a noção de que o marketing não deveria se limitar a transações comerciais, mas sim ser visto como um meio para construir relações duradouras com os consumidores, foi um dos pilares centrais de suas teorias. Ele defendeu a ideia de que as empresas não devem apenas vender produtos, mas estabelecer conexões significativas com as pessoas. O marketing, para ele, deveria ser uma disciplina voltada para atender às necessidades e desejos do consumidor de forma genuína e contínua.
Esse conceito ressoa diretamente com o marketing humanizado, que coloca a relação humana no centro das estratégias de marca.
O marketing não pode mais ser visto como uma técnica de venda impessoal; ele deve ser uma troca emocional e significativa.
Quando uma marca se preocupa com o bem-estar do consumidor, trata-o como um indivíduo e não como um mero alvo de vendas, ela constrói um vínculo mais profundo e duradouro, que vai além da transação comercial. E essa visão de Kotler, que há décadas sugeria o relacionamento como um objetivo central do marketing, encontra um eco claro naquilo que o marketing humanizado busca realizar hoje.
Transformar, conectar, inspirar e… humanizar cada vez mais! Estas palavras capturam perfeitamente o espírito do marketing atual, onde a verdadeira inovação não vem apenas da tecnologia, mas da capacidade de construir laços emocionais e genuínos entre as marcas e os consumidores e a transformação, onde o marketing deveria ser, antes de tudo, uma forma de humanizar a relação com o público.
Kotler já previa o movimento do marketing H2H, onde a conexão real entre marca e consumidor se torna o verdadeiro diferencial. A ideia de que o marketing deve ser uma interação genuína, não apenas transacional, está cada vez mais presente nas marcas que buscam construir laços profundos com seus públicos. O marketing H2H é, portanto, a evolução natural das teorias de Kotler no cenário atual, em que as marcas não são apenas fornecedoras de produtos, mas se tornam conversadoras e transformadoras sociais.
Além disso, Kotler sempre foi um defensor do marketing socialmente responsável. Em seus escritos, ele destacou a importância de as empresas se envolverem com questões sociais e ambientais, não apenas como uma forma de melhorar a imagem, mas como uma verdadeira missão. O conceito de responsabilidade social no marketing, exposto em obras como Marketing 3.0 e Marketing 4.0, estabelece que as marcas devem se preocupar não apenas com o lucro, mas também com o impacto de suas ações no mundo. Kotler acreditava que, em um mundo cada vez mais conectado e exigente, os consumidores estavam buscando mais do que produtos; eles queriam marcas que compartilhassem seus valores e contribuíssem de forma significativa para causas sociais e ambientais.
O marketing responsável, portanto, se torna uma extensão natural da filosofia de Kotler. Para ele, a responsabilidade social não era apenas uma obrigação, mas uma oportunidade para as marcas se conectarem com seus públicos de maneira mais autêntica e verdadeira. Marcas que demonstram transparência, ética e cuidado genuíno são aquelas que ganham a confiança de seus consumidores, refletindo um marketing não apenas eficaz, mas também transformador e ético.
Kotler sempre acreditou que o marketing deveria ser voltado para as necessidades individuais dos consumidores. Hoje, tecnologias como a inteligência artificial oferecem novas oportunidades para criar experiências personalizadas e humanizadas, permitindo uma conexão mais profunda com cada pessoa. Contudo, o verdadeiro desafio está em equilibrar a eficiência dessas tecnologias com a humanização das interações, algo que Kotler já via como essencial para as marcas que buscam criar relações autênticas e duradouras com seus públicos.
Em um mundo cada vez mais digital, a tecnologia não precisa significar distanciamento emocional. Ao contrário, ela pode ser uma poderosa aliada na construção de experiências empáticas. Ferramentas digitais e plataformas estão, cada vez mais, utilizando a tecnologia para promover interações mais calorosas e rápidas, sempre com foco no bem-estar do consumidor. Kotler já enfatizava que o marketing digital deveria ser uma ponte para aproximar as marcas das pessoas, não afastá-las, algo que reflete a evolução do marketing humanizado no contexto digital.
Em todos esses aspectos, vemos como as ideias de Philip Kotler continuam a ser fundamentais para o marketing contemporâneo. Ele foi um dos primeiros a perceber que o marketing não é apenas uma ferramenta de vendas, mas uma prática estratégica que pode, e deve, ser utilizada para criar um impacto positivo na sociedade. Seu trabalho deixou claro que as marcas devem ser mais do que apenas empresas que buscam lucro; elas devem ser agentes de transformação, responsáveis por melhorar o mundo e as vidas de seus consumidores.
Fonte de inspiração do artigo: Marketing humanizado: uma tendência que ganha força em 2025 • ESPM